No meu jardim, no meu jardim As flores falam E sabem ler, sabem entender A dor que calam Quem cala não consente As flores sabem mais A dor que a gente sente A dor nos vegetais Adornos vegetais O girassol, o girassol Mudou de rua Virou de costas para o sol Namora a lua (está de lua) E o mal-me-quer E o mal-me-quer Expira e exala Prá coroar seu bem querer Se despetala Quem cala não consente As flores sabem mais Em silêncio elas sentem A dor nos vegetais Segredos vegetais Se eu pudesse ser madeira Eu queria ser uma vara de marmelo Carregar fruto maduro Ser doce puro, sol amarelo Cor do sol, cor do sol! No meu quintal, no meu quintal Bicho da lua Falou a assim ao urutau Qual é a tua Me disse assim um japonês “Seo” Watanabe Por mais que o homem seja ruim Que não se acabe Quem cala não consente As flores sabem mais Da dor que a gente sente A dor nos vegetais Segredos vegetais O meu destino, o meu destino É ser um bosque Com muita flor (Com um castor) Muito cipó Que nos enrosque Quem cala não consente As flores sabem mais Da dor que a gente sente A dor nos vegetais Adornos vegetais (segredos vegetais) Se eu pudesse ser roseira Eu queria ser rosa bem cheirosa Prá enfeitar moça faceira Morena bela, mulher formosa Cor do sol, cor do sol! O meu jardim, o meu jardim É atrás de um prédio Onde um jasmim Disse: - Aí de mim Morro de tédio Disse o Angelim ao Alecrim Que amor é um duende Amor é coisa de Jardim Flor não se vende Quem cala não consente As flores sabem mais Em silêncio elas sentem Segredos vegetais Segredos Vegetais No meu jardim, no meu jardim Nasce uma hera Me surpreendeu em pleno abril A primavera E o meu destino, o meu destino É ser um bosque Com muita flor Muito cipó Que nos enrosque Quem cala não consente As flores sabem mais (Não é Castor?) Da dor que a gente sente A dor nos vegetais A dor nos vegetais Se eu pudesse ser madeira Eu queria ser uma vara de marmelo Carregar fruto maduro Ser doce puro, sol amarelo Cor do sol, cor do sol!