Ai,rapaz! Se tu soubesses bem como é que eu fico quando vou ao bailarico e te miro a dançar ó-ai, à marcial... Já tentei dançar assim também a esse ritmo, cada passo com sentido e eu nem gosto de marchar. Ó-ai, mas quem me viu?! Ai, rapaz, mas eu queria uma valsa a três passos, dar-te a mão e ver a vida, agarrada a teus braços, ai... Fui-me pôr Sentada mesmo à frente e ali esperei... A tantos eu neguei o prazer da minha dança ó-ai, que era só tua... Mas o bar também chamou por ti, num entretanto, e a banda ia tocando e quando tu de lá voltaste ó-ai, a valsa acabou! Ai, rapaz, mas eu queria ir na roda e ser teu par! Dar-te a mão, ir na folia E não mais a te largar, ó-ai... Foi então Que a roda se fez, ao largo, larga tanta gente, muita farra e nós ali na multidão ó-ai, com outro par! Fui passando par a par, nem sei quantos ao certo e tu cada vez mais perto e quando só faltava um ó-ai, veio o leilão! Ai, rapaz, o que eu queria era um baile bem mandado que nos guiasse à sacristia e voltássemos casados,ai... E do palco surgiu uma voz e a concertina: "Roda manel, vira maria e quem não vira perde a roda!" Ó-ai, e eu virei! Mas a voz, puxada à concertina, mais pedia e acelarava a melodia os pés trocavam-se no chão Ó-ai, e assim foi... Ai, rapaz, e foi o baile, sem alma nem coração mal cantado e mal mandado que me atirou ao chão,ó ai... E foste tu a dar-me a mão...