Meu Deus que saudade eu sinto da infância Quando em criança feliz eu vivi Lá no sitiozinho da escosta da serra Na querida terra onde eu nasci A casa de barro que a gente morava Toda caprichada e caiada de branco O tronco lavrado de um anjiqueiro Que lá no terreiro servia de banco A cerca de arame cercava o pastinho Beirando o caminho que eu ia pra escola No campo de areia toda tardezinha Com meus coleguinhas um jogo de bola No fogão a lenha a mamãe cozinhava Com muito capricho o arroz e o feijão Porquinho no tacho, franguinho caipira Meu Deus que saudade do nosso sertão No fundo de casa tinha pé de manga Goiaba e pitanga e laranja madura Um trecho de terra papai cultivava De tudo plantava e colhia fartura Vaquinha de leite e cavalo de sela Porcada de raça enchia o mangueiro E lá no piquete a gente tratava Com muito cuidado nossos bois carreiros Era simplizinha a vida na roça Porém tão contente a gente vivia Papai e mamãe na feliz mocidade Na luta constante do seu dia a dia O tempo passou, eu cresci tão depressa Hoje nada resta além da lembrança Ficou lá no berço da minha saudade O tempo gostoso, tempo de criança