Fiz esses versos acanhados na lavoura Sou pequeno sou menino tão grande trabalhador Escrevo pouco minha mãe é a professora Pra que um dia largue a enxada E consiga ser Doutor Enquanto isso vou pra roça ajudar No sustento da família bastante pra não faltar Nosso ranchinho de taboca barreado Não tem luz só tem agrado Isso aqui é meu lugar O galo canta é mais um dia de suor Cabaça d’água e matula pra labuta do meu pai O bicho pega quanto tento dar o nó Levo tunda de amora é o verdadeiro aiaiai Mas o respeito é ensinado com rigor Na vendinha da cidade tenho que me comportar A molecada sem respeito e sem pudor Parece até bicho do mato procurando o que caçar Vejo o futuro me engolindo na cidade Outra vida sem minha vida bem longe do meu sertão Vou estudar vou viver com lealdade Convivendo com a saudade nessa grande formação Pra quem duvida que faz graça e piadinha Sou caipira sou guerreiro tenho vida estimada Só não duvide não desdém não faz gracinha Já sou homem de verdade desta terra Pátria Amada!