Delvnny

Destino

Delvnny


Onde o tempo passa? Onde tempo para?
Quem não sente medo do espelho que encara?
Olhos abertos sempre, fique esperto, pense
Seus demônios tão rindo da sua cara
A porta se escancara, fugimos sem direção
Não existe caminho curto pra redenção
Expectativas te ferem se forem altas
Procuramos amor nos outros pois é o que nos falta
Selva de concreto, tento ser discreto no meio da multidão
Vazio tipo um deserto, cada grão de areia com a fúria de um trovão
Entendeu ou não?
É de punhos cerrados que parto pra guerra
A cada passo dado um ciclo se encerra
Não são apenas flores que esse solo gera
Eles querem cavar sem sujar de terra
Não dá mais pra deitar e observar o teto
Isso não tá certo, preciso me direcionar
Não posso sucumbir
Preciso só subir
Longe de um brusco fim
Pro meu sonho vingar
Pra esperança não ser só uma utopia
Eu lavo o rosto nas águas sagradas da pia
Tô longe de ser o próximo 2Pac
Mas sei que cê me ouviu e logo já sentiu o baque
A energia se cria no meu interior
Falo sério, não sou desse mundo exterior
Evoluir sem ter que me tornar uma farsa
Independentemente das escolhas que eu faça
Sei que muitos querem só
Dinheiro e fama, só
Pagar as conta, só
Sair da lama
Não dá pra continuar de pé se não tiver sustento
Mas ser feliz sendo honesto é um processo lento
Parei de me importar, parei de discutir
Parei de desistir, mas nunca de sonhar
Não tenho a garantia
De conseguir um dia
Mas tenho a valentia
De ainda assim tentar

Obstinado pra seguir fora do curso
Perante falsos reis eu não me curvo
Predestinado a criar meu próprio destino
Então me esqueça, eu tô partindo

Obstinado pra seguir fora do curso
Perante falsos reis eu não me curvo
Predestinado a criar meu próprio destino
Então me esqueça, eu tô partindo

É difícil entender nossas urgências
Vivemos bem melhor nas imprudências
Tentando nos desfazer da carência
Apostamos errado e perdemos a essência
Na quietude tudo vira um pesadelo
Onde enviamos cartas em envelopes sem selos
Só pra chegar a ilusão de um alto posto
Mudamos nosso rosto pela vergonha de tê-lo
Mas quem se importa com palavras jogadas ao vento?
Tudo que vejo são almas paradas no tempo
Não encontrei remédio pro que eles dizem que é tédio
Levanto meu dedo médio: Já sabe meu sentimento
Tentando organizar o caos mas não é tão fácil
Escrevi o meu final bem antes do prefácio
Mesmo sendo visceral alivia minha dor
É o que mantém acesa minha chama interior
Só mais uma desculpa
Pro sexto de roupa suja
Pretexto que a gente usa
Pra esconder cicatrizes
Quando a mente duvida
Exige que tu decida
Nessas descidas da vida
Somos atores e atrizes
Castelo de cartas, ponha o às no topo
Mas não vá deixar ele cair
Tá com a mesa farta, dinheiro no bolso mas não vê sentido em existir
Sou um dos poucos que ainda liga pra poesia
Com o caderno cheio de rima e a carteira vazia
Essa revolta precoce me trouxe pilares fortes
Tenho que fechar meus cortes porque eu tô

Obstinado pra seguir fora do curso
Perante falsos reis eu não me curvo
Predestinado a criar meu próprio destino
Então me esqueça, eu tô partindo

Obstinado pra seguir fora do curso
Perante falsos reis eu não me curvo
Predestinado a criar meu próprio destino
Então me esqueça, eu tô partindo