Ao tranco largo numa noite de inverno Com um ventito a dobrar o meu chapéu Nem a lua se escapou do doze braças E as estrelas se sumiram lá no céu A nazarena acompanhando o vento norte Que assobiava debruçado no aramado E um lombilho a ringir em contraponto Lembrando um baile de sapo no banhado Que coisa linda andar à noite a tranco largo Repontando uma tropilha de lembranças Recorro o pampa no meu flete faz-de-conta E volto à infância no petiço da esperança O moiro é um mestre uma coruja atenta chia Contemplando o andarengo desconfiada E o zaino velho já andava até solito Pois conhecia há muito tempo aquela estrada