Eu faço o que eu não quero E mesmo assim não suporto o choro Daqueles que eu firo Tenho vontade de acabar com tudo Espero ansiosamente Por qualquer promessa por menor que seja Se no fim do mês eu chego com um pouco moral Faço deste furacão apenas um vendaval Finjo da infecção uma inflamação E vejo todas as desgraças como consolo pra minha boa ação Odeio que me toquem E todas as verdades que ouço Fazem isso de tal maneira Odeio poder odiar Mas parece que este sentimento É o que rotula a natureza humana Minha indecisão se acomoda na razão dos outros Mas meus problemas não se dão por vencidos Os livros de auto-ajuda me enojam nas prateleiras Meu orgulho faz com que não mereçam ser lidos Dar um basta a tudo me parece tão racional Seria tão simples esquecer de tudo Fazer da miséria algo surreal Mostrar a mim mesmo que assim não se baseia o mundo Então parei de pensar como aquele constrói E busquei paz no nada relativo Sendo assim descobri como dói Ficar a parte de tudo que te mentem vivo Sem bandeiras estiradas, sem provocar a verdade Me senti apenas mais um daqueles que vivem Navegando a esmo no mar da felicidade Comtemplei que a maior virtude não é a meta e sim a viagem.