Ajayô, ajayô Meu orixá há de ouvir nosso clamor E na vitória ergueremos a bandeira Com as cores da Estação Primeira É linda, na cor da noite veio de além-mar Abençoada a luz do luar Iluminando a negritude, liberdade Mangueira é o cortejo, a África é o meu chão Ecoa o cantar em forma de oração Meu manto é verde e rosa Cucumbis, manifestos e devoção Salve a rainha, axé! Empoderada a mulher De raízes ancestrais O arauto negro anuncia Nossa folia O céu reluzia pro ayeyê Batendo os tacapes para o mal se desfazer Chorou realeza, eis a convocação! E surge o milagre da ressurreição Fantasiando a falsa liberdade O luxo vestia a imaginação Camuflando as suas vestes na cara da proibição Senhor, não persiga meu terreiro Engenho velho, minha casa de oração Mãos do sagrado na reinvenção Do tronco de magia se esculpiu yalotim A entidade que rege meu caminhar Bate tambor em cima que o som vai pelo ar Levado pelo forte vento de oyá Afoxé, ilê-ayê, badauê, malê debalê Timbalada, b didá, oludum, ijexá É manhã de um novo dia a brisa traz os cantos da Bahia