Nasce um menino chamado Brasil, Difícil é saber se ele vai resistir. Morre um sorriso em que a fome engasga, O surrão ressoa na estrada sem fim. Cabelo de morro é cana cortada, Trançado a facas e foices sou canavial. Cantei para moça aquela embolada e Deus talhou-me um pandeiro, Fazendo eu tocar com ele bem no juízo final. Sem sinal não vou partir. farol... Aonde os barcos vão tão cedo? (Me deixa dormir) Nasce uma menina chamada Olinda, É fácil saber que ela não é daqui. Seus mares tão verdes são olhos de Holanda. Herdeira adotiva do fogo de Roma. Sem sinal não vou partir. farol... Aonde os homens vão tão cedo? (Me deixa curtir) Navegar e ser tão só. Entre o porto e a solidão de ser o ser sem ter noção. Na verdade tanto faz se a saída é pelo cais. O vento é quem traz a direção.