Mais outro dia começa Igual a todos que já se passaram Vendo o sol nascer Pela janela de um onibus lotado Lutando pra enriquecer Alguem que não é você Sorrindo em monotonia Julgando na hipocrisia Toda uma vida pra nada Existindo em conivência Abrindo mão da vivência Mentalizando seu padrão de decência Toda uma vida pra nada Mais um entre a multidão Cegado pela fumaça Sujo de poluição Vivendo o eterno operário Eterno escravo do mundo Dando a si um valor monetário Em troca de seu óbito diário Sob os olhares atentos De quem espera, que se siga a massa E que chuta a já podre carcaça Dos sonhos em seu travesseiro