Os ratos tão ali Comendo queijo suíço Mansão em alfaville Com a mente no hospício Holandês que cota Burguez que coca Judas quer aparecer Quer fazer historia Maloqueiro quer fumar Maconha em nota de cinquenta Quatro e vinte na parede Mostra a decadência Princesa escrevizou E pra branco é heroína Padre quer reza missa Índio bater cuíca Já é madrugada Manha sem sol Uns tão de cama sutra E outros tão no farol Escravidão pós moderna Que apoia o genocídio Professor na sala de aula É tratado como lixo Tolerância a lactose Religiosa E se ele fosse pastor Não teria medo das chicotadas O direito a liberdade Não existe por aqui E se tu prega oxalá Já te chamam de Zé povim A escola repreende Chuta que é macumba Mas foi a apostólica romana Que levou os índios pra sepultura Falam de amor Mas vendem Jesus Cristo O dizimo compra carro Compra mansão pro filho Policial ganha medalha Se matar mais neguim É promovido a robô copi Toma uísque de canudim A África na senzala O Brasil nos presidio A cor da pele julga “PRETO AQUI É BANDIDO”! Poe farinha nos pensamentos Se enche de ilusão O cachimbo no bolso Não foi a opção Sem código de barra Cnpj Os tarja preta tão ai Derrubando as cota Buda, Alá Orixá, Jeová Se Deus é por nos Então quem será? A direita, a esquerda O demônio ou o capeta? Homem não precisa disso Ele se enforca sozinho Bate na porta do desespero Segurando um canhão Um, dois, três Caiu em depressão Tente reza De barriga vazia Tente pedir socorro Com uma faca na garganta Trocou a felicidade Por um maço de cigarro Vendeu a sua fé Por alguns trocados Axé pro teu racismo A minha crença é amor Honra a tua cruz Morra com o teu preconceito No sinal, sem nescau No abandono do natal Santa ceia, carnaval E se é preto favelado Nem chega no hospital! (DASILVA)