Era oito de dezembro, a festa da Imaculada O dia vinha raiando e a doma estava tratada O pai segura o cabresto, o filho monta o redomão O silêncio imperava no chão duro do estradão O maula já bem esperto enganou o domador Fingindo-se de amigo, mostrou que era bom ator Saiu troteando macio como quem é de confiança Tudo isso estava armado naquela grande lambança Vem e vela por teu filho, ó Santa mãe de Jesus Lembra-te do filho amado, dependurado na cruz A família toda em pranto, te pede em oração Beija a fronte do teu filho, dá saúde ao pobre peão (E ela ouviu esse pedido e deu saúde ao pobre peão) Não é dia de trabalho disse a mulher ao marido Vamos juntos à Igreja esse é o meu pedido Mas o marido insistia que a lida o chamava Pois o pão era escasso, e por isso ele domava Naquele dia de trevas, o cavalo se jogou Por sobre o domador e seu corpo ele esmagou Não conseguiu abrir vaza, quando o potro esteve em pé Essa foi a última doma, mas não o fim da sua fé