Tenho um minuto de inspiração De poesia ofegante sem respiração É que estão me esperando pruma reunião Eu já pedi um café e um cigarro também Eu vou lhe escrevendo enquanto não vem O emprego vai bem O dinheiro que tem Amores possíveis Temores visíveis Enquanto garrancho as palavras daqui Sem tempo pra nada e o mal da estafa Derruba mais gente que pneumonia Estou numa fria, estou com azia A cada minuto me atraso mais dez Cadê meu cigarro? Me dá dois cafés O que há de errado? Faz nove minutos que eu estou sentado aqui Estou numa fria, impostos em dia Deus não me escuta e o diabo não vem Me fazer uma oferta A hora é essa A linha é direta O inferno é aqui Não é desespero só quero sossego Por quinze minutos esquecer que o dinheiro Nos faz a cabeça, tronco e membros A cada momento Eu morro por dentro Corro por fora ou me entrego de vez Ou inverto a história, eu só tenho que ir Deixar pra outra hora essas breves memórias dos tempos daqui.