Ele foi chegando Ela estava ali Cantando Ele não sabia o que dizer Sorrindo Ela disse: Deixa que eu vou! Ele disse: Eu vou também E falaram muito pelo caminho Ele achou tão bom Ela tão bonita, ele tão sozinho Ela achou tão bom E acharam graça na vida Voltaram cheios de cor Ele foi pedindo Ela disse não Com o dedo Ela não sabia o que fazer Com medo Ela disse: Deixa que eu vou de novo! Ele disse: Claro que eu vou também! E saíram altos pela cidade De bar em bar Ele maltrapilho, ela majestade Os dois sem ar Misturaram planos de vida E se olharam no elevador Ele estava aflito Ela estava ali Na praia Com sol no cabelo e areia Pela saia Ela disse: eu não consigo Ele disse: tá tudo bem Ela disse pra ele não se iludir E que a vida é feita de contramão Que num dia é − Festa, vamos sair − E no outro um porre de solidão Ele tira a sorte de arranha-céu Despencando um beijo voando Num carrossel que se destroça no chão Ele foi falando Ela estava ali Chorando Ela não sabia por onde ir Seguindo Ela disse: é um adeus! Ele disse: até amanhã E ela dança um samba no carnaval Ele, insone, faz mais uma canção Ela lembra só do fundamental Ele apaga os dias com a própria mão Ele tira a sorte de arranha-céu Despencando um beijo voando Num carrossel que se destroça no chão