Pode entrar Não repare a bagunça Que aqui esta Tudo fora do lugar Deixaram a janela da sala de estar aberta E a chuva que caiu lá fora molhou os livros no chão Pode deitar Não repare o buraco Que profundo está E até dá pra ver O universo que surgiu na fenda desta cama Que de tanto virar e virar em noite num vazio no colchão Como vai pode entrar Só não vá reparar O balanço lá fora balança tão sozinho Com o vento que passa não há menino ô menina O sentimento que movia o cata-vento e fazia luz feito trovão Os corredores que corriam sob os meus pés A campainha da porta da frente esta chamando Tão afobado e tão pulsante em contra tempo num descompasso Abro a porta e quando vejo não era tu era ninguém