Dia a dia, amada mia Se anuncia nos jornais Freguesia, epidemias E recados passionais Uma greve, até a neve Se anuncia e nunca cai Nas sociais, nunca vai A carestia dos rurais Uma cria, a agonia Se a força dos tribais Vivem perto e tão distantes Como se fossem rivais No dia a dia das capitais Lá vai o filho de meus pais Sobreviver da canção dos regionais Cada dia, se filia Alguém que disse nunca faz Esses bruxos, dão-se ao luxo De nos passar pra trás Ainda sai, a revelia As confrarias federais Tiram crias da alegria E depois jamais Via crúcis, dos normais Se escrevia nos murais Pichações, corações Que já não amam mais