Já são 10 horas e você com “nove hora” Se não freqüenta é melhor sair Sair de cima do asfalto pra esfriar o pé Com quantas horas que eu já estou aqui e agora Bem em meio à “estória” de que discos voadores me aduzem A locomotiva agora segue o rumo a pé Perdi a honra e depois perdi a hora Não teve Nossa Senhora pra me socorrer O meu mundo resolveu e dar um pontapé Só sei que nunca mais na vida eu me confundo com essa gente que está Calada, engomada, perfumada, atrasada E que não pensa Enquanto enchem as filas de números E o bilhete premiado, anuncia o maquinista “-É a poltrona 37! ” A vida desliza sobre os trilhos Na estação espacial do Mondubim A locomotiva arrasta a vida até o último estado E a minha filosofia de vida é interrompida Pela Dona Glória Uma senhora, com direito a ir embora Na poltrona 32 Morta de frio e sem força vital pra levantar o vitral, o vitral da janela Quisera ela Que o trem voltasse de ré uns trinta anos Só sei que o trem rasgou voado Despejando passageiros Com destinos e bagagens Aconchegos e saudades Quando vi que alguma coisa aconteceu (Pensei que tinha “barroado”) Quando vi que alguém estranho entrou