As ondas arrastam as pedras de grão em grão Isso pra mim é sertão É sal, é sol, solidão Eu farei uma jangada em que o vento Será substituído por poeira e sonhos Feita com madeira à prova de deserto Castigada da dureza desses solos Uma jangada, meus senhores, eu repito Rasgando as pedras como se elas águas fossem Subindo serra e sendo contra a correnteza Perfurada na dureza desses galhos Mas perfumada na beleza dessas flores E quando a Terra se cansar dessa sujeira Irá chorar suas lágrimas de eternidade E o sertão vai virar mar – ai que tristeza! Só minha jangada vai varar os horizontes