Bombas de gás lacrimogênio Jogam filhos libertos contra um mundo abstêmio Inventando sorrisos seduzidos por prêmios Um incêndio afasta quem não guarda o silêncio Longe na avenida marcham muitos soldados Que amassam nas botas no coturno dos passos Na cortina da vida, num porão de cansaço Na ruína do ventre o vazio de um abraço Braços seguem em frente, bombas caem ao lado Corpos que ninguém sente tombam sonhos e rimas Sangue, carnificina No açougue um pedaço dessa inércia assassina Você só quer manter o seu status quo Ardem em dores meninas numa esquina alheia quando o sexo anoitece Vírus matam mulheres, homens tossem a peste Saem gritos feridos da garganta do esgoto onde o tempo desbota São gemidos atentos, é um medo alheio São crianças perdidas num vermelho recreio Entre camas feridas, sonhos ficam de lado Corpos que nunca sentem tombam feito ruínas Sangue, anfetamina No puteiro um pedaço dessa inércia assassina Você só quer manter o seu status quo Vídeos de um caos no oriente No perfil de um vidente que inicia uma prece Só mais um acidente, um ateu que falece Morre às vezes bem perto Um maldito que acena pra um santo que esquece Num jejum de atitude, horas dormem no ponto Bênçãos calam vontades, glória aos hinos de roncos Glória à paz e à bondade, vade retro coragem Corpos que não se importam ganham árias divinas Sangue, dor clandestina Todo sono é um pedaço dessa inércia assassina Você só quer manter o seu status quo