O rico, o pobre... A santa que virou puta A fartura, a fome crônica, a polícia que executa A juras de quem é falso A máquina de tortura Quem se exime do amor... Só mata A ferida que nunca cura A pergunta que nunca cala O que mudou sem dita-dura O silêncio, a ignorância, a criança que é cola pura Genocidas no Congresso, aposentados esmolando, atura A cidade sem esperança, a segurança que não segura A liberdade sem expressão, o povo só na secura A pergunta que nunca cala O que mudou sem dita-dura A miséria, mensalões, camaleão pela noite escura. O político, esse animal, que não extingue quero ver dura Nosso líder, um personagem conceitual, nada sabe, jura O furto passa no seu quintal, pergunto. No hospital quase ninguém cura A pergunta que nunca cala O que mudou sem dita-dura