Não me largues, pois eu preciso de ti Preciso que tu me digas o que ninguém mais me diz Quero que sejamos um e não haja traição Lembra-me a ser coerente e fala a meu coração Mal a pessoa que eu sei que eu sou E tentações que a minha mente pisou E eu ganhei indo pra frente arranquei, Cambaleei mas fui valente, fiquei Quando, quase a chorar desabar e eu me contive, Queria gritar, machucar e eu me abstive Eu sei que faço e aconteço, não é só garganta Não tenho espaço e padeço quando a mente canta Eu não aguento, eu não posso, eu não sei, não quero Eu não percebo, eu não me esforço, eu não fui sincero Mas não me prendas, amanhã sou melhor, Vem, vem comigo faz-me ser um homem melhor Como um poema, sem temas nem esquemas, Sem lemas nem vendas, sem esboços com pena, Com mossas pequenas, de pequena sal-gema, eu sou... Quem eu sou Espírito livre que arranca sem direção E puro equilíbrio que eu escrevo sem conexão Eu não me esquivo, não estou preso a uma visão Ainda não tive relevo, não por falta de ambição Não me esqueci, não estou ileso à tentação, não E eu não sei quem são, e eu não te quero tocar só com uma canção Eu não te quero olhar nem ter-te na mão Porque eu sei que faço e penso, Sou de aço e não esqueço, Que o baço não é transparente, Que eu sou escasso e consciente, E eu sei que erro e também sei que não escolhes, É que eu prefiro ficar cego do que olhar-te nos olhos