Essa casinha, junto ao estradão Faz muito tempo que eu parei aqui Vem minha velha, vamos recordar Quantas boiadas eu já conduzi Fui berranteiro, e ao me ver passar Você surgia me acenando a mão Até que um dia, eu aqui fiquei Preso no laço do seu coração Vê, ali está O meu berrante no mourão do ipê Vou cuidar melhor Porque foi ele que me deu você Me lembro o dia em que eu aqui parei Pra aquela viagem, não cheguei ao fim Foi a boiada, e com você fiquei E os peões, dizendo adeus pra mim Vem minha velha, veja o estradão E o berrante que uniu nós dois Nuvens de pó, que para trás deixei Recordação de um tempo que se foi Daquele tempo Que ao longe vai O meu berrante, repicando além Ecos de choro, vindos do sertão Ao recordar fico a chorar também Não é de ouro o meu berrante não Mas, para mim ele tem mais valor Por que foi ele que me deu você E foi você, que me deu tanto amor