Hei mano Nem indenização repara os danos Na travessia do oceano atlântico Isso revolta, foi desumano Mano Nem indenização repara os danos Na travessia do oceano atlântico Isso revolta, foi desumano Vinhemos forçados, tratados como mercadoria Empilhado acorrentados, por vários dias Dentro do navio muito frio, muitos não resistiam A imigração forçada, exploração sistemática De um regime escravocrata, que mata Tirados do seu lugar de origem, redefinição identitárias Sem nome batismo, e memorias apagadas Inserção brutal, lutas por liberdade e sobrevivência Exclusão social, mais foram resistência As lutas diárias, e os novos elos afetivos De familiares, os vínculos Até hoje trás as marcas das diversas, cultura do continente africano O sofrimento de homens e mulheres escravizados, na travessia do oceano atlântico Tiveram que construir, novas formas de ser e agir E vieram a nós perseguir, e sempre foi assim Que vem de onde nós vem, e vocês que tem que nos servir Hei mano Nem indenização repara os danos Na travessia do oceano atlântico Isso revolta, foi desumano Mano Nem indenização repara os danos Na travessia do oceano atlântico Isso revolta, foi desumano Somos resistência, tanta violência Desde nossa existência, forte por natureza Não abaixamos a cabeça, enfrentamos os problema É jogo do sistema, prende e nos condenam Não nos deram condições, vieram as contradições Eles os vilões, com atitude e ações Sub-humana, insana Sem lugar pra morar, vão te oferecer Que trabalhar plantar, colher e pra comer Uma forma de escravizar, não de sobreviver Não somos desse lugar, sem nada a perder Vamos recomeçar, que um dia vão dizer Nossa história vão contar, mais sem distorcer Eles querem falar, não tem nada a dizer Procura se informar, cês não sabe a ler Negro é luta, é raça, é resistência é poder