Talvez seja por teimar na beleza do olhar Ou quem sabe por amar o dever de ganhar Não se pula o muro temendo o agora Inventando o escuro diante da aurora Com asas de papel se traz ao chão um falso céu Não se nega em alimentar a ilusão que cega E ao que nem se pega não se hesita em se apegar São promessas rendidas por mais um sopro de vida Se fazer ver a todo instante sem direito de chorar De nada vale se diante do espelho desabar Consolar o estômago da fome insólita Escondendo da mente a verdadeira cólica