Apressado O rapaz descuidado Não olha pro lado Não ouve O pranto da rua Não vê sol, não vê lua Não recua diante da dor Nem repara No triste cenário diário De quem tem na vida Um eterno calvário E segue à custa De brisa e rosário E às vezes, um sonho de amor Dia a dia O rapaz passa ao largo Desse cálice amargo Covardia ou fatal distração? Todo dia Apressado O rapaz, sem supor Anda ao lado da morte e da dor. Distraído Não vê pé descalço Criança em concreto E fumaça No meio da praça Não enxerga, cadafalso Bem armado no centro da dor Ou disfarça E passa em seu passo apressado Se esquiva, se cala Ao ver o menino Com seu destino Trançado na bala Já selado, escrito na mão Dia a dia O rapaz passa ao largo Desse cálice amargo Covardia ou fatal distração? Todo dia Apressado O rapaz, sem supor Anda ao lado da morte e da dor.