Quem já ouviu os galos nas madrugadas E despertou silêncios num mate a dois Sabe que a pressa é lenda falsa e mais nada E enterra um sonho que a gente chora depois Quem já encampou a noite Rondando lumes e floresceu inteiro De solidão, é a própria voz da nascente Formando açude perdida em longos novelos de uma paixão Quem se empochou na estrada Descansa o baio porque já venceu distâncias Lavou a erva, branqueou a geada dos anos Judiou dos maios, a sombra de uma cruz erguida Junto as macegas Pois já estendeu a mão sem a tua presença Pediu um passe pra noite pra ver se vê Já te o chão de estrelas, hoje é ausência Contando as horas no escuro pra ver te bem Quem já refez caminhos sabe que o vento Desfaz as marcas do tempo conhece o fim Revela coisas tão simples como os rebentos Que há pouco estavam por dentro dormindo em mim Desenha mansos retratos pelas paredes E acorda a calma do rancho despindo o céu Talvez seja um pouco mais que meus olhos verdes Mereçam descortinar tua alma em véu