Vão se as carreras em marcha mansa Solitárias rotas Queixam-se os eixos cascos e rodas Ao silêncio em volta Juntas no jugo ruminam rumos Mujidos mudos Um par de bois reparte a dois A carga do mu Ai... Se vai a vida Escorrendo lenta ao compasso manso Destas carretas Ai... Se vai a vida Com seus passos lerdos e sonhos escassos Feito estas carretas Posam pro poema As aves do verso quando a alma chora Deixando em tudo a dor sem volta Dos que vivem sós Rastros rabiscam na lousa das léguas O adeus das coisas A canga é o tempo E a saudade abre Caminho entre nós Um par de bois reparte a dois A carga dos que vivem só Um par de bois reparte a dois A carga dos que vivem só E a saudade abre Caminho entre nós