Na boca o gosto do mate, Cruzando as várzeas me calo Só pra ouvir o bate bate, Das patas do meu cavalo E abrindo as asas do pala Pra o sol, amigo que eu tenho, Num trote manso me embala Como se eu fosse um desenho Sou hoje o que já fui ontem: Gaudério, um guasca sem lei Meu rumo é lá no horizonte Da paz que eu sempre sonhei O vento escuta o que eu falo Num verso feito oração Nas patas do meu cavalo Me sinto com os pés no chão Já muito eu tenho viajado, Rédea solta, sem volver Pachola e despeonado, Assim nasci _vou morrer Minha sina passarinheira Me ensita a seguir viagem Fechando e abrindo porteiras, Não peço nem dou vantagem Dinheiro eu não faço conta, Sou assim e me defino "prenda" fiel da minha honra, "patroa" do meu destino O vento escuta o que eu falo...