Uma milonga pachola pra se cantar a vida inteira Tem que ser for de campeira com um laço a bate cola Tem que falar de cavalos de tombos e gauchadas Rodeios nas madrugadas contraponteando com os galos. Saudades da sesta boa no galpão onde eu encilho Meu pingo quebrando milho pelas tardes de garoa... Milonga flor de campeira de canto de pelo a pelo Se cada verso é um sinuelo pra outro que vem de atrás De faceiro encilho rindo esse potro colorado Pois quando estou bem montado até o dia fica mais lindo Cavalo que corcoveia conheço ao meter o freio Não tiro pra os meus arreios se for mesquinho da oreia. Eu posso ser feio assim mas quando encilho meu mouro Falta janela no povo pras moças olharem par mim Conheço parada feia mas peguei um malacara Se nega o estribo dispara e se não nega corcoveia Potro que anda gavionando eu ferro porteira afora Me agrada de vez em quando dar comida pras esporas. Tenho um lobuno mimoso e atacado das idéias Disparou com a minha sogra nem os corvo acharam a véia.