Fui conhecer a fazenda Onde meu avô morava Fiquei surpreso ao ver O que não imaginava Debaixo de uma figueira Coberto pelas ramagens Um velho carro de boi Que no passado ele foi Ser transporte pra cidade Ao lado dessa figueira Um galpão abandonado Os esteios corroídos Pelo tempo já passado No palanque da mangueira Que ele amarrava o gado Notei que era moradia Porque ao redor havia Belo roseiral plantado Quando entrei na moradia Fiquei perdido no espaço Vi na parede um berrante Sobre a rodia de um laço As rédeas e a barrigueira E também os barbicachos O chapéu de boiadeiro A sela e o baixeiro Que ele arriava o picaço Voltei pra casa chorando Meu coração em pedaços Jamais pensei que o destino Fosse assim tão ingrato Entrou pelo meu caminho Interrompendo os meus passos A mim só resta a dor Por conhecer meu avô Somente pelo retrato Ai meu Deus como eu queria Que meu avô fosse vivo Assim eu teria ele Agora junto comigo Mas sei que não é possível Isso é coisa do destino Meu avô pode esperar Quando Jesus me chamar Vou morar junto contigo