Encontrei-te por acaso No Chiado ontem à tarde E reparei que ias triste Afinal o nosso caso Ainda é sangue que arde Sombra de amor que resiste Disseste que me esquecias Entre dois copos de rum Morre um amor, outro amanhece Mas no olhar exibias Aquele langor comum Que o sol tem quando amanhece O olhar, espelho da alma È traiçoeiro e transporta As mágoas do coração E vi nele muda e calma A palvara que abre a porta Aos medos da solidão Mas o amor tem tantos laços Dor, ciúme e alegria Veredas da vida inteira E quando te abri os braços Teu beijo acendeu o dia À porta da Brasileira