Te matei mil vezes, te dei de presente A minha mais solene indiferença Meu silêncio de abismo Te excomunguei dos meus altares Te arranquei do mundo dos vivos Desentranhei de mim Abandonei no limbo Reneguei É que eu não sabia Te juro, meu bem, eu não sabia Juro, meu bem, eu não sabia Das tuas proezas, da tua nobreza Da tua coragem, antes, só covardia Da tua ousadia, da tua sede, tua sangria Dos teus olhos de menino Aqueles olhos, benditos olhos Sempre enxergaram melhor que os meus É que eu tinha certezas demais Pensava demais, achava demais, vivia de menos De todo o bem que você me fez Me deixar foi o maior Soltou a minha mão e me perder Era tudo o que eu mais precisava Pra me achar de verdade