O vento passou lá em casa feito vassoura varrendo o chão, Varreu minha esperança, varreu meu sonho, minha ilusão, Até minha inspiração ele foi varrendo sem piedade, Só não varreu a saudade que está morando em meu coração. Vento minuano, que canta e chora e assovia, As minhas noites tem sido frias, ninguém aquece meu coração. Vento minuano, faça o favor, seja meu amigo, Traga meu bem pra ficar comigo que eu não suporto esta solidão. O vento passou rasteiro e foi varrendo grama e capim, Varreu todo meu terreiro e todos os canteiros do meu jardim, Até o retrato dela ele varreu de cima da mesa, Só não varreu a tristeza que está morando dentro de mim. Vento minuano, que canta e chora e assovia, As minhas noites tem sido frias, ninguém aquece meu coração. Vento minuano, faça o favor, seja meu amigo, Traga meu bem pra ficar comigo que eu não suporto esta solidão. O vento passou lá em casa e foi varrendo o que viu na frente, Varreu galpão e garagem, varreu folhagem e varreu semente, Até a história da gente tentou varrer sem necessidade, Mas não varreu a vontade de ter meu bem aqui novamente. Vento minuano, que canta e chora e assovia, As minhas noites tem sido frias, ninguém aquece meu coração. Vento minuano, faça o favor, seja meu amigo, Traga meu bem pra ficar comigo que eu não suporto esta solidão.