O peixe desapareceu, a fome ocupou o lugar O pescador entristeceu por não ter onde pescar O biguá também partiu para nunca mais voltar Vendo o peixe sucumbir não há razão pra ficar. O peixe sumiu, a água turvou Na barranca deste rio nunca mais ninguém pescou. As flores dos aguapés tem a cor do desespero Perderam toda a beleza com a morte do pesqueiro Depois de ver tudo isso eu também chorei de dor Acabou-se para sempre meus sonhos de pescador. O progresso e a ganância arbitraria e atrevida Agridem a natureza, já não respeitam a vida Estão destruindo tudo a água, a mata e o ar Estamos morrendo aos poucos só deus pode nos salvar.