Criolo

Moleques São Meninos, Crianças São Também

Criolo


Moleque fala, moleque corre
Moleque sangra, moleque morre
Moleque é criança esperando a bonança
Enxergando na peça a única esperança
Moleque reza, moleque corre
Uma vez que entra, sair não pode
Pegaram um moleque amarrando outro no poste
Chegou ser televisivo pra agradar família esnobe
O primo é o crime, o crime é o cofre
Sem multivеrso de Rick and Morty
Dói de ver aquele menino amarrando outro no poste
Eles só tinham sete anos, quem tem sete não escolhe
A morte nas mãos daquela criança

Moleques são meninos, crianças são também
Moleques são meninos, crianças são também
Nascer pra ser tratado bem

Moleques são meninos, crianças são também
Moleques são meninos, crianças são também
Nascer pra ser tratado bem

Não tem escola, não tem esporte, não tem afeto, já deram o bote
Coração de horse, trovão de raio forte
Onde o estado não chega, a maldade traça o norte
Pra morte da vida daquela criança
Favelas que vocês querem chamar de comunidade
Favela onde o estudioso diz que tudo sabe
Favela que semeia o amor e quer prosperidade
Moleque que você marginaliza e não sabe
A metade da vida daquela criança

Moleques são meninos, crianças são também
Moleques são meninos, crianças são também
Nascer pra ser tratado bem

Moleques são meninos, crianças são também
Moleques são meninos, crianças são também
Nascer pra ser tratado bem
A morte daquela criança