Meu filho, eu estou aqui sentado Neste barranco à beira da estrada Olhando os verdes campos de pastagens Admirando os bois na invernada Olhe, meu filho, lá pelas colinas A luta insana que um boiadeiro No lombo duro de um redomão Firme na luta contra os pantaneiros As minhas lágrimas estão rolando Ao ver o peão laçando aquela rês Meu coração se parte de saudade Foi nesta lida que criei você As minhas pernas já enfraqueceram Não me dão forças para caminhar Este seu velho está no fim da vida Tudo que resta agora é sonhar É simples resto de um peão famoso Que enfrentou a luta sem ter hora Com sol e chuva, de noite ou dia Lidou com gado pelo campo afora Só um pedido eu vou lhe fazer Representando o que este velho foi Quando eu morrer me enterre na invernada A minha cruz quero de chifre de boi