Criolo e Barrerito

Boi Assassino

Criolo e Barrerito


Vivendo só nesta lida
De compra e vendas de gado
Comprei um lote de boi
E vim trazendo tocado
Nas serra da Mantiqueira

Depois que eu tinha dobrado
Uma estrada poeirenta
Desses lugar descampado
Um mestiço pantaneiro
Vi voltar atrás arribado

Um peão desconhecido
Me falou, grita rapaz
Pegue o resto da boiada
E deixe o touro pra trás

Destino que eu conheço
É perigoso demais
Quero salvar sua vida
Das garras do satanás
Ninguém pode com este boi
E você não é capaz

Lacei o boi na carreira
No meio da camparia
E levei ele de rastro
Na chincha da minha tordilha

Todo mundo me avisava
Do perigo que eu corria
Resolvi bater um rodeio
Pra tirar sua valentia
Convidei a boiadeira
A rainha da montaria

A moça chegou sorrindo
Saudando a plateia inteira
Montou no boi sem sorfete
Mas foi triste a brincadeira
Com um salto misterioso

Ela arrancou de outra maneira
Com os dois chifre aguçado
Foi matando a boiadeira
Rainha da montaria
Dessa terra brasileira

Quando eu vi a moça morta
Me cortou o coração
Eu entrei dentro da arena
E chorava de paixão
Fiz o boi saltar três horas

Derrubei ele no chão
Matei o boi assassino
Vingando aquela traição
Foi o fim da minha carreira
De boiadeiro e peão