Cria da Quebra

Tô Pela Paz (part. Reinaldo A286)

Cria da Quebra


Minha fé não derrubou muralhas, resistiu o escombro
Era conselho errado do diabo nos dois ombros
Resistência define quem carrega temor na vista
Ódio, motivo e a derrota sempre foi prevista
Aqui vários brindou com sangue derramado em vão
Sem taça, foi nos copo que vinha os requeijão
Qual é o nosso real motivo jhow, me explica?
Se a causa que nós luta, não é a que se aplica
Ser sonhador pra quê, vários mudaram os porque
Quando o sonho é só consumo e ostentar com plaquê
Pra não mudar o discurso da vontade de parar
Quando a causa que cê defende, é a que tenta te matar
Porra, mudaram conceito do que era vitória
Ontem era nós por nós, hoje viramos escória
Cê soma se vale a pena pagar esses veneno
Pra arrumar desafeto e não ver os filho crescendo
Reinaldo, não to entendendo qual a finalidade?
Pregam morrer por amor, mas matam pela vaidade
Julgando a tua postura, até nas intimidade
Rotulando quem é ou não, rap de verdade
Eu me pego novamente lembrando lá do tempo
Que o diabo visitava os nossos pensamento
Vai pra cima, aciona as peças e foda-se os baque
Justifica em alguém sangrando seu pé sem o Nike!
Caralho, quantos parceiros num chegou ser adulto
Que foi atrás dos corre e no fim trouxe só luto
Sua má interpretação não me envolve no pecado
To pela paz tiozão, porque conheço o outro lado

É louco como tudo passa a mil, quando vai vê já foi
É quente memo tio, à vida não da boi
É feito esteira, pode pá
Onde cê corre, corre, cansa, e quando vê
Não saiu do lugar!
E tudo é um tiro no escuro parça
Ciência exata é só uns verme pra atacar sua caminhada
Crise, stress, humilhação, os veneno diário
E quando cobra o que não veio de graça: Virou mercenário!
Conheço a filosofia dos parasita, lunático
Cê só presta quando tá na mema merda ou abaixo
Foda-se, tanto faz!
Adversidade a vida toda me ensinaram mais que paz
Vou te falar que todo dia acordo pensando parar
Vencido pelo stress psíquico, físico
Besta de ver, como besteira tem poder de fazer
Parceiro de vida inteira não se falar até morrer
Grandes problemas unem, mas pequenos separam
É real, vencem passado, histórias de mil grau
É engraçado, cômico e trágico ao mesmo tempo
Como um tapa nas costas com elogio falso, vai vendo
Aprendi a não acreditar em mim cedo
E nos parceiro, quando vi que tudo é só dinheiro
Mil vezes morrendo nas madruga fria
Olhando pro nada que tenho
Tentando lembrar de quem me deu algo na vida

Antes não dormia com medo de assombração
Hoje, remoendo neurose, frustração
Inquieto, incrédulo, réu confesso, infeliz
Quando lembro que fiz menos por quem tudo fez por mim
Dá mó vazio oh tio, olhar pra minhas meninas e pensar
Pow, o que tanto reclamo da vida? 
Com uma mãe finada, um irmão suicida, que um dia
Socou meu pai que na infância me ensinou odiar minha tia
Só velório é em família, e olhe lá
Enterrou, falou, e é cada um pro seu lugar
Do mesmo quintal, parede, parede
Mas que se marcar, passa sem se ver uns meses
As vezes tento entender meu truta
Por que é que sempre damo prioridade pros da rua?
Componho a lista dos filho da... Rapaz
Que a consciência sabe que podia ter feito um pouco mais
Sinceridade me fez inimigo, vilão
Honestidade só garante decepção, irmão
Ingratidão é mato, porém não me acostumei com o fato não
E a confiança cobrou caro
Ergue a cabeça, foca, nada é fácil, a jô me diz
Aí, nem sei o que seria de mim sem Yara e Yasmin
Enfim, compus uns versos ruim pra tentar dizer
O quanto sou grato a vida por ter me dado vocês

Vivendo pesadelo, matando saudade em sonhos
Com o caminhar movido a comprimidos
Caminhando!
A verdade que liberta traz com a luz a solidão
Na multidão sem coração desprovida de expressão
E me faz pensar
-Se até quem presencia faz questão de num enxergar
Imagina quem nem tá vendo?
É quente memo
Algumas coisas são perdas truta, outras são livramento!