Uma taça vazia sobre a mesa Um cigarro em um cinzeiro está queimando Um boêmio escondendo a sua mágoa A dor profunda de um triste desengano Esse boêmio recebeu como herança Da mulher que mais amou em sua vida O relento de uma fria madrugada E um adeus que ela deu por despedida Ela partiu, ele ficou naquele bar Ali sozinho com o seu destino atroz Ela sorrindo pela rua ia seguindo Enquanto ele ao longe ouvia a sua voz Uma cortina de tristeza se abria Pra dar início no seu drama de fracasso Cujo palhaço era ele ao ver agora A esposa que adora em outros braços Esse boêmio hoje vive pela rua Está sozinho a cumprir sua missão Levando a cruz pela estrada da amargura Cantando às vezes quando chora o coração Todo boêmio sempre tem o mesmo fim De morrer por um alguém que não lhe quer Essa doença chama-se melancolia Vem do ingrato coração de uma mulher