O repique do berrante É disfarce do peão É campina verdejante É boiada deste chão Transportar gado por terra Já foi minha profissão Hoje só resta a saudade Dentro do meu pobre coração Fui rever minha querência Que triste desilusão Não vi mais gado leiteiro Nem bezerro no galpão Onde tinha burro forte Eu vi jipe de tração A riqueza do progresso Deixou mais pobre este velho peão Onde tinha mata burro Encontrei um pontilhão Carro véio tá jogado Onde era o mangueirão O moinho tá parado Tá baixinho o ribeirão Trepadeira e folha seca Cobriu a casa do meu patrão Deixei de lidar com gado Por causa da evolução Já pendurei meu berrante A corneta e cinturão Tudo isso representa O adeus à profissão Boiadeiro se aposenta Sem ter dinheiro e sem ter patrão