Onde tem briga de passo 
Eu brigo um traço e um berimbau
Brinca meu corpo no espaço, 
Descalço e de mão no chão.
Só luto pelo que faço
Não me passo por bandeira
Do lado de lá um moço
Do lado de cá poeira

Quando eu expulso meu braço
Pr'além do cangaço e da sorte
É ferida, forra e morte 
Que esperam no fim do caminho
Enfrento o mundo sozinho
Não quero padrinho ou parceiro
Sou meu próprio companheiro
No pulso, no pé e no passo

Hei! Abre a roda,
No pulso, no pé e no passo
Hei! Abre a roda,
E pula no pé, olha o passo

Quando eu encontro
Quem não sabe dor ou perigo
Não soletrou o que eu digo
De errado, de certo e de gente
Não tem franzida na fronte,
A morte passada por perto
Terá feito um inimigo
Se não sair da minha frente

Onde tem briga de passo 
Brigo um traço e um berimbau
Brinca meu corpo no espaço, 
Descalço e de mão no chão.
Só luto pelo que posso
Não faço mi'a dor bandeira
Careço acolá um moço
Pra luta de capoeira

Foi numa festa de santo
Não faz muito tempo 
E nem muito lugar
Uma cigana que via o futuro
Dizia que eu ia matar
Oxalá 
Quer me levar oxalá
Quer me levar oxalá	
Quer me levar oxalá
Quer me levar 

Arreda pro lado 
Cabôco inxerido
Te deixo ao comprido
E pronto pra secar
Oxalá

Quer me levar oxalá
Quer me levar oxalá
Quer lhe levar oxalá
Quer lhe levar

Pr'além do cangaço expulso
Meu braço, meu pulso e passo
Meu pé quando vai à caça
Descalço de sangue alheio
O aponta e acerta em cheio
Meu passo no espaço é morte
Quem fizer da sorte um meio
Afaga o rosto e afoga
Os dedos em dor e ferida
E são minhas a dele e a minha vida

Quer me levar oxalá
Quer me levar oxalá
Quer me levar oxalá
Quer me levar 

Onde tem briga de passo 
Brigo um traço e um berimbau
Brinca meu corpo no espaço, 
Descalço e de mão no chão.
Só luto pelo que faço
Não me passo por bandeira
Careço acolá um moço
Pra luta de capoeira
Lê, lê-lê-lê, lê-lê-lê
Pra luta de capoeira
Lê, lê-lê-lê, lê-lê-lê
Pra luta de capoeira