Por quem dobra esse trilho no travo de chão? Por quem se desalinha essa linha da mão? Siga-me sem crer que eu viro a lata Faça-me o favor: Diga a sua graça E o entulho do tempo faz de tudo Turva o olho e o cristal se estilhaça Vago vesgo em vulto na minha algidez Trato o destrato amargo uma última vez Finja-me um misto concreto e abstrato O pólen atulho de tudo, no vento a vácuo E o entulho do tempo faz de tudo Cobre o rubro olho que embaça Canto o grito casto, desafino o silêncio Esputo o sangue, a sombra e o senso Volúpia e tormenta somaram-se ao pó O olho mudo finjo ao sabor sem dó E o entulho do tempo faz de tudo E tudo cobre, voragem em nó