Pelos mangues, pelo porto
Do distinto ao sinuoso
Por me dar o que posso comprar
Pelas ruas, pela chuva
Da desgraça à ternura
Por não reprimir o meu pesar

Quanto devo, por favor?
Diga quanto devo, por favor

Pelos becos, pelo acesso
Do andaime ao concreto
Por tecer conforto com vapor
Pelas flores, pelos bosques
Do açude ao transporte
Por colher o que nunca plantou

Quanto devo, por favor?
Diga quanto devo, por favor

Da favela emergente
Ao congresso sem pudor

Sendo bom ou ruim
Não será pra mim
Sendo bom ou ruim
Nunca foi para mim

Pelo pão, pelo circo
Da ressaca sem o vinho
Por algo que eu possa comentar
Pelo porre, pelo riso
Amarelo ou sem motivo
Por lembranças que não vou guardar

Quanto devo, por favor?
Diga quanto devo, por favor

Da favela emergente
Ao congresso sem pudor