Contos de Joaquim

Soneto - XVIII (ou A Solidão)

Contos de Joaquim


Eu fumo e tusso e me estrangulo.
Machuco o peito, a carne, a face.
Escarro acido de cor contraste,
mastigo e mordo, arranco, engulo...

Me dói à vida e os seus arreios,
o sol, o céu, o mar, o vento,
me faz tão mal o contentamento...
E muito dói porque te tenho!

Perdi meus os olhos e os anseios
- "A vida é bela, porque vivemos!"
Não vejo nada que não soubemos...

Assim eu vivo, tão tristemente,
com dor de tudo que é contente,
contigo e só, só eu, somente...