Quando a vida me encheu de agonias E deserto, fiquei só - não tenho deus - Reneguei a minha audácia de ateu E fitei ao longe o céu - sem ironias... Mas antes que eu pudesse ser sincero Vi num poste de energia um belo ninho No instante em que saia um passarinho À labuta de alimento sem esmero... Neste instante, meus amigos, vos confesso A vergonha latejou como um abscesso Inflamado que não para de doer... Como eu posso implorar ao deus que for: "- uma ajuda, uma ajudinha meu senhor..." Se eu já tenho esse dom que é viver?!