Foi um vento que passou Te trouxe de passagem e o levou Aprender a conviver ó cara não ta fácil A tua ausência é inaceitável, insuperável Na madrugada eu já peguei o pai e a mãe nos cantos Olhos vermelhos, lágrimas e prantos Meu peito está angustiado, que porra foda Na luz que escorre sempre mano como agora Que droga não há nada que me anima É embassado ter que encarar sua partida Os aliados me confortam com palavras otimistas Mas é dor demais, nada me distrai Ouvi o Billy e o Jipê mandar um salve Cê faz falta, a COHAB desfez aqui Sua pessoa ilustre desperta muita saudade Preto distinto trabalhava em prol da comunidade Saiba aos pouco tô realizando Os sonhos de vencer no rap nosso som tá estrelando Tô conseguindo o que você queria tanto Reconhecimento por lutar, acreditar com fé Querido irmão, que Deus o tenha Eu sei que daí mesmo estás torcendo por nós Mesmo tão distante sinto a tua presença Estarei ouvindo a tua voz hoje mais do que nunca Queria ter em mãos a lâmpada de Aladim e suplicar ao Gênio somente um único pedido Se esse pesadelo tivesse fim eu trocaria o meu dom por esse feito incrível, daí Voltava tudo ser como era antes Lá na goma à pampa sem tristeza paz constante Mas, eu sei, nem sempre o que desejo é possível A vida tem disso Lá se vai o meu sorriso Foi um vento que passou... Te trouxe de passagem e o levou (2X) Sabe nego, na tua missa de sétimo dia Vi de perto o desespero, agonia de sua mina Uma voz rouca de tanto chorar Fazendo o possível e o impossível pra agüentar Apesar das brigas ela te amava de verdade Queria o seu bem, também sua felicidade Agora seja o guia dela irmão Caminhe junto a ela dando proteção Se não bastasse o Jefferson morrer perto de mim Pedindo ajuda e socorro no extremo do seu fim Eu vi um dia desses a réplica dessa maldita cena Com novos personagens mais a conclusão a mesma O mano Billy irado quase caiu no meu colo Se debatendo lá no barro solo e bate e vinha Quem assentou o dedo quem fechou os olhos moitou A nova geração se matando uns aos outros Nossa quebrada continua violenta Guerra contra a vizinhança sempre trouxe conseqüências Função armada sendo assim estimulada Inimigo o perigo cada vez tá mais ousada Dando bala de automática, cipá Insinuando a coragem, intimidando os inimigos Facilitando a vantagem dando me pro azar A melhor defesa nunca foi nunca será atacar Fico me interrogando o dia inteiro Desde o vigésimo quarto dia de janeiro Digo irmão como andam as coisas onde você está Talvez tenha encontrado com vários manos de cá Desencarnados, comissões que trilhas Sei que após a morte existe vida Mas eu só queria que voltasse a ser como era antes, impossível A vida tem disso, lá se vai o meu sorriso Foi um vento que passou... Te trouxe de passagem e o levou (2X) A chuva que esse vento traz, congela o meu sorriso Provoca alterações, manipula o pensamento Destrói a alto-estima inibe o otimismo Amadurecendo friamente os meus sentimentos Lição sem teoria, a morte nos ensina Ser operado sem anestesia Quem já perdeu um parente, um ente querido Já tem noção do que eu estou sentindo Somente o Senhor divino tem razões que eu desconheço Permanece viva a cota de esperança pra revê-lo Talvez por sonho, talvez enquanto eu durmo Talvez me observando lá no quarto escuro O velho que é coveiro se aproxima com olhar sério Cinco da tarde o expediente está no término No cemitério a hora passa rapidamente Na oração eu peço que Deus o oriente Tudo ao redor me faz lembrar sua presença em todo lugar Basta eu olhar Até mesmo para as flores que aqui, dum bom pastor, Para um homem que registra a festa de quando se formou Celebridade na memória duração perpétua Jesus me diz se existe luz no fim do precipício Só morrendo pra viver a vida eterna Eternamente em crise, mortalizado eu vivo Foi um vento que passou... Te trouxe de passagem e o levou (2X)