Fatalidade na cidade acontece o tempo todo E quem sonha em viver na praia mora de frente pro esgoto A bala nunca é perdida quando o jovem negro é morto A realidade injustiçada é viver nesse sufoco Correria na rua não é só pro busão lotado Mais uma alma fria provocando um disparo Sangue corre na calçada uma arma disparada Acabou a caminhada do menor que sonhava Ninguém pra ajudar ninguém vai se lembrar Se ele não morasse no gueto o jornal não ia ocultar Milhões de reais guardado gerado do imposto Prisão domiciliar e a fuga no aeroporto Planos escondidos falta vergonha na cara Pra eles bem sucedido e pra nois é tudo falha Tira o nome da farda e reclama do desacato Nem vou falar mais nada foi o último disparo A polícia mirou e acertou o último disparo (O último disparo) Descriminação É mais um caído no chão Pra gente não tem privilégios Qual a cor do alvo? Preto periférico Mais um disparo do verme armado Não temos direitos Somos alvo no enquadro Estou pronto pra mudar esse quadro Quero enterrar todos os políticos safados Sem blefe, sem medo O povo junto é o poder e a voz do gueto Somos o presente e o futuro Nosso passado é de história Tristeza, alegria, derrota e vitória Tipo um casamento, a favela tem aliança com a miséria Misericórdia, quem discorda Nunca sentiu no pescoço uma corda Menor passando fome, olhos fixados em novelas No meu país ilusão é como doce Por isso o povo tem o dente amarelo Mas o guerreiro não amarela Faixa e cartaz o sistema ignora Vou tacar fogo no temer E assim Bolsonaro treme na hora Não sou violento, o estado q viola Todo dinheiro público é desviado Pra gente é só busão e trabalho por 12 horas Tudo cai no esquecimento, mas eu não esqueço As malas de dinheiro encontradas no apartamento A polícia mirou e acertou o último disparo (O último disparo) Lacunosidade do governo faz gerar motim Com peça 38 mandando pro inferno e cavando seu fim Artigo 121 decretado pelo meu rival Homicídio doloso já tava na mira do punhal Filma a tragédia rede globo vulgo imunda globo A plantação de anos trás que pros ricos causa desconforto Pra sustentar minha fome vou pedi esmola no sinal Na frente do empresário cravo sua morte com golpe fatal Filho da puta plantou ódio vai colher a morte Playboy nunca vai ser livre na orla estacionando seu porsche Seja escoltado pelo segurança ou morre Asfixiado apedrejado na minha quebra sou condecorado M4A1 da polícia não e pra te proteger E pra atira na sua cabeça e da ibope pra TV 190, spin, força tática, juraram a própria mãe Pra te mata e só um teco e obedecer o dono do rebanho