Vou invadir o Nordeste Seu cabra da peste Sou Mangueira Com forró e xaxado O filho do chão rachado Vem com a Estação Primeira Mangueira encanta E canta a história que o povo faz, ô, ô, ô, ô Vem mostrar a nação do valente sertão De guerras e de sonhos imortais A cada invasão, uma reação Pra cada expedição, um brado surgia Brilhou o Sol no sertão À luz de um novo dia Lendas e crendices Mistérios que vêm ao luar No Velho Chico naveguei, com meu cantar No canto e na dança No pecado ou na fé, vou seguir no arrasta-pé Deixa o povo aplaudir Ao som da sanfona Vou descendo a ladeira Com o trio da Mangueira Doce Cartola, sua alma está aqui Padim, Padre Ciço, faça chover alegria Pra que cada gota seja o pão de cada dia Jogo flores ao mar pra saudar Iemanjá E na lavagem do Bonfim, eu peço axé Terra encantada e predestinada Tua beleza não tem fim Brasil, no coração eu levo paz Pau-de-arara nunca mais