É que eu sou malandro batuqueiro Cria lá do morro do Salgueiro Se não acredita Vem no meu samba pra ver O couro vai comer Laroiê, mojuobá, axé Salve o povo de fé, me dê licença Eu vou pra rua que a Lua me chamou Refletida em meu chapéu O rei da noite eu sou Num palco sob as estrelas De linho branco vou me apresentar Malandro descendo a ladeira, ê, Zé Da ginga e do bicolor no pé Pra se viver do amor pelas calçadas Um mestre-sala das madrugadas Ê, filho da sorte eu sou Vento sopra a meu favor Gira sorte, gira mundo Malandro, deixa girar Quem dá as cartas sou eu, pode apostar O samba vadio, meu povo a cantar Dia a dia, bar em bar Eis minha filosofia Nos braços da boemia Me deixo levar Eu vou por becos e vielas Chegou o barão das favelas Quem me protege não dorme Meu santo é forte É quem me guia Na luta de cada manhã Um mensageiro da paz De larôs e saravás