Vivo por um dia melhor Só queria um pouco de paz Pra viver e compor, seja onde for Nas promessas de amor E eu que já sonhei com ouro, com brilhantes De pérolas, diamantes, kilates banhado a sangue Cenário horrorizante, confronto que é suburbano Não se espante, é desse jeito mesmo horripilante De frente pra batalha, de cabeça erguida Vamo seguindo na trilha fortalecendo a família Pra lutar, pra morrer, pra viver e compor Seja lá como for, se as lágrimas transbordou Senhor, me enxugue os olhos por eu ter acreditado Por rezar pelo próximo e pedir que seja salvo Guia os passos do pecado conduzindo a paz eterna Mostra que o final do vale tá mantendo as portas abertas Pra quem trouxe na pele as cicatrizes do arrependimento Pra quem teve infância conturbada pelo sofrimento Tempo que não ajuda, tempestade não para O nevoeiro e a neblina são cortados pelas bala Observando, será que tanta dor que não vai acabar Se nosso sonho de vencer, ta morrendo se pá Enquanto nóis tiver pela fé e tentando viver Se nossa força, nossa luta, num vale procê Sonhos, queria ao menos tempo pra poder saber Do que valeu, se nóis não tem nada a perder Vou continuar, a escolha cê deve tomar Conclusões, nossa meta não vai acabar Vivo por um dia melhor Só queria um pouco de paz Pra viver e compor, seja onde for Nas promessas de amor É difícil acreditar mas negô, cê enxerga Que a paz é um alvo nos confronto de guerra Os lote de favela, os barraco construído As criança conturbada que cresce ouvindo tiro O som do grito, o eco da quadrada Seu sonho sendo reduzido a nada Entre a bala da pistola e as rosa perfumada A fé inabalada faz abrir um mar de lágrima Além das fronteiras pela expressão urbana O pelotão de bombeta que estremeceu montanhas Eu sou, o poeta sonhador que chora ao compor nas página com sangue Usufruindo do rancor, das águas do mal observando o horizonte Desarmado do combate, da guerra que voltei ontem Vem de longe, olha o bonde, ei muleque sai da frente É quente, reluzente, atraente, vem na mente Inevitavelmente a favela tá se armando Consequência monstruosa, corações vão sangrando Pânico urbano efeito colateral AR-15, matraquinha, de HK, Fuzil Fal É mal, vagabundo, gostaria de narrar felicidade aos quatro canto Com alegria no olhar, então contra atacar o sistema e reagir Provando para o mundo que podemos ser feliz Embora, aqui vivemos num cenário Com tempo cronometrado amargando o fim trágico Meu espelho mágico mostra no reflexo A cicatriz profunda do mundo paralelo Vivo por um dia melhor Só queria um pouco de paz Pra viver e compor, seja onde for Nas promessas de amor